Ação humanitária da AMB é tema de palestra à professores gaúchos
A campanha “Nós por Elas”, de resgate e acolhimento das juízas expatriadas do Afeganistão, organizada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), foi tema de palestra com docentes da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) durante a 2° Semana Internacional da Mulher – 2022: Mulheres na academia: resiliência para além da pandemia.
Durante o painel “A vinda das juízas afegãs para o Brasil”, a presidente da AMB, Renata Gil, contou que a iniciativa de prestar ajuda surgiu ao assistir nos noticiários as ameaças sofridas pelas mulheres no Afeganistão após o Talibã retomar o poder naquele país. Além disso, houve um contato da União Internacional dos Magistrados (UIM) junto à AMB para relatar a grave situação e somar esforços para conseguir os vistos às juízas e familiares.
“Eu disse ‘só pode ser uma grande coincidência’, e comecei a me perguntar como são emitidos esses vistos? Eu procurei o Ministério das Relações Exteriores, o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, a Casa Civil, e então começou uma grande mobilização. Em pouco tempo, a portaria foi expedida nos exatos termos em que a AMB sugeriu em requerimento”, relembrou.
Renata Gil ressaltou o sucesso nas etapas posteriores que resultaram na vinda das magistradas e seus familiares – um grupo de quase 30 pessoas, para Brasília, bem como todos os esforços para garantir-lhes serviços essenciais (saúde, educação e segurança) para recomeçar a vida.
A diretora da AMB Mulheres, juíza Domitila Manssur, participou de cada fase da “Nós por Elas”. Além de falar com orgulho da campanha, ela fez uma análise mais profunda da situação das magistradas resgatadas, que tiveram seus direitos violados sumariamente e foram obrigadas a deixar o seu país, em uma migração forçada em virtude de uma perseguição de gênero.
“Essa migração forçada é um crime de violência contra a mulher. Não é uma violência contra a mulher juíza, que exerce as suas funções, é contra a mulher em relação ao gênero. É uma manifestação de relação de um poder historicamente de desigualdade entre mulheres e homens. Para eles, existe uma desigualdade intransponível. Uma desigualdade pelo fato de as mulheres estarem exercendo de forma inadmissível, para eles, um poder reservado aos homens”. avaliou.
Participantes do evento elogiaram a ação humanitária da AMB. Em especial, a diretora da Faculdade de Direito da UFRGS, Cláudia Lima Marques, que não apenas parabenizou a AMB, como colocou a instituição de ensino gaúcha à disposição para contribuir com o acolhimento das afegãs.
“Emocionante esse depoimento. Uma perseguição de gênero, especialmente contra juízas, que trabalham pela legalidade do Estado. É impressionante. Elas que conseguiram espaço de poder viraram alvo da violência que combatiam. Parabenizo mais uma vez por esta ação. Esta ação é uma demonstração de que devemos todas nos unirmos”, concluiu.
Fonte: AMB
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