Associados fazem visita monitorada ao Museu de Arte de São Paulo, organizada pela Apamagis

Da discussão teórica à contemplação in loco de patrimônios culturais da humanidade. Após promover no dia 21/5 a palestra on-line “A Ambivalência do Masp (Museu de Arte de São Paulo) – História Crítica”, com Luna Lobão, Doutora em História da Arte pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), no último sábado (31/5) a Apamagis organizou uma visita ao Museu monitorada pela Professora Juliana Guide, Mestre em História da Arte pela mesma Universidade, para um grupo de 21 associados.

“A ideia cumpriu dois objetivos: fazer uma panorâmica para demonstrar porque o Masp possui um acervo tão valioso, e quais as obras mais interessantes a serem conhecidas pessoalmente em uma primeira visita”, explica Juliana Guide. A Juíza Danielle Martins Cardoso, Diretora Cultural da Apamagis, classifica a iniciativa como “desafiadora”: “[Com o advento da pandemia] nos habituamos às telas. O caminho agora é, gradativamente, abrir mão dos encontros virtuais e abraçar os eventos presenciais, quando necessário”.

O Masp foi fundado em 1947, pelo empresário brasileiro Assis Chateaubriand. Entre os anos de 1947 e 1990, o crítico e marchand italiano Pietro Maria Bardi assumiu a direção do Museu a convite de Chateaubriand. As primeiras obras de arte foram selecionadas por Bardi e adquiridas por doações, formando o mais importante acervo de arte europeia do hemisfério sul. Atualmente, o Museu reúne mais de 11 mil obras, incluindo pinturas, esculturas, objetos, fotografias e vestuários de diversos períodos, abrangendo a produção europeia, africana, asiática e das Américas.

A visita presencial concentrou-se no segundo andar do edifício, que abriga o Acervo em transformação, formado por obras da coleção do próprio Museu para exposição de longa duração. Cerca de 150 delas permanecem expostas naquele local. O espaço aberto, fluido e permeável da galeria, oferece múltiplas possibilidades de acesso e de leitura, eliminando hierarquias e roteiros predeterminados.

Percurso plural

No transcurso da visita por este piso, por cerca de 90 minutos, a Professora promoveu uma conversa inicial sobre expografia (de que forma as obras são selecionadas e dispostas no espaço) e informou aos associados o trajeto estabelecido. Todos puderam, então, apreciar as obras expostas nos cavaletes de cristal desenhados pela Arquiteta Lina Bo Bardi, também autora do projeto do edifício do Masp. O grupo foi apresentado a um universo amplo, composto pela arte medieval, passando pelo renascimento, pelo período barroco, por artistas relevantes da pintura francesa como Manet, chegando aos impressionistas e à arte moderna — incluindo a pintura acadêmica brasileira de Victor Meirelles.

Entre várias escolas e obras, os visitantes puderam admirar e conhecer detalhes sobre Hieronymus Bosch, pintor holandês do século XV; pinturas de Vincent van Gogh, Degas; artistas contemporâneos brasileiros, como Beatriz Milhazes e Emanoel Araújo. “Minha ideia foi abordar alguns aspectos da exposição característicos do Masp, que garantem mostrar relações entre as várias obras e explicar sobre a importância de termos uma cerâmica marajoara de mais de mil anos perto de uma pintura de Piero di Cosimo, do renascimento italiano; ou ao lado de artistas do barroco francês”, explica Juliana Guide, que também é Professora do Masp Escola, onde coordena cursos.

Segundo Danielle Martins Cardoso, visitas como as de sábado são exemplos de que é possível conferir maior humanidade ao dia a dia das pessoas, por conta de encontros semanais e belas apresentações. “Estou muito feliz com essa nova conquista da Apamagis: história da arte com visita guiada, uma iniciativa da Diretoria Cultural com o trabalho de aproximação da Juíza Renata Manzini junto às professoras Luna Lobão e Juliana Guide”, finaliza a Magistrada.