Aula sobre Mozart e o Rococó expõe a arte do século 18 e conceitos sobre música clássica

5 de outubro de 2021

A aula “Mozart e o Rococó”, ministrada pelo professor Antonio Carlos Toze em 14/9, dentro da série Conexões Culturais, levou aos participantes mais do que informações contextualizadas sobre o rococó, Mozart e pensamento daquela época. Pincelou, também, alguns conceitos básicos sobre música clássica.

A oportunidade para avançar nesse quesito veio da explanação que o professor fez sobre o compositor austríaco Franz Joseph Haydn (1732-1809). “Ele é considerado o pai da sinfonia”, afirmou Antonio Carlos Toze, para lembrar que ele é igualmente “pai” do quarteto de cordas, formação composta por dois violinos, viola e violoncelo.

Para explicar o que é sinfonia, Toze partiu da explicação de “sonata” e “cantata”: a primeira vem de “sonare”, e é uma forma de composição para ser tocada por instrumentos; a segunda vem de “cantare”, e portanto, é para ser cantada.
“Sonata não tem voz humana. Pode ser sonata para cravo, piano, flauta, violino etc. Geralmente é composta de três movimentos, mas Haydn fez sonatas com quatro movimentos, Mozart também, e Beethoven até com cinco”, explicou. A sinfonia, por sua vez, “é uma sonata para orquestra”. Tem sua estrutura própria, movimentos, como capítulos de um livro, e por isso o ideal é que seja apreciada na íntegra.

A explicação foi uma espécie de preâmbulo para o encontro de novembro, quando o Conexões Musicais promoverá uma visita guiada à Sala São Paulo, primeiro para falar sobre o prédio, e depois para acompanhar o concerto da Osesp, sob a batuta de Thierry Fischer . “Na segunda parte, vamos acompanhar uma sinfonia de Brahms, do período romântico.”

Gênio
Mas o grande destaque do classicismo na aula do Conexões Musicais foi Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), o garoto-prodígio que excursionou por toda a Europa, ainda criança, e morreu aos 35 anos, doente e falido. “Ele praticamente nasceu pronto, como se vê em poucos seres humanos. Aos sete anos, já compunha sinfonias e esquemas de operas”, disse Toze.

Embora Mozart tenha tido a oportunidade de conhecer diversos países e a música produzida em cada um deles, a educação formal do menino-prodígio acabou sendo podada. Segundo o professor, isso explicaria o porquê das óperas de Mozart não terem temas grandiosos, mas sim dedicados a questões mais leves e cotidianas.

Nem por isso essas óperas são desimportantes ou menores. “Muitas vezes os temas são até simplórios, mas a música é sensacional, genial”, ressaltou Toze. “Há quem diga que ele tenha criado mais de 30 óperas”, afirmou o professor, para em seguida destacar que uma das mais conhecidas é “Don Giovanni”, cujo protagonista é o famoso sedutor Don Juan. O professor também destacou “A Flauta Mágica”, com a famosa ária da Rainha da Noite, cantada em alemão.

“Mozart chegou aos 35 como anônimo, sem nenhum dos louros de quando era criança e adolescente”, revelou Toze. Sem dinheiro, devia para muita gente e sobrevivia com ajuda de amigos, entre eles Haydn.
Entre as várias referências sobre o compositor, Antonio Carlos Toze indicou o filme “Amadeus”, de Milos Forman.

Alegria de viver
A música de Mozart era a expressão do rococó em sons. Trazia leveza e alegria, como era o espírito predominante na época. Um exemplo é Eine Kleine Nachtmuzik, tocada na aula.

“Rococó é o momento da aristocracia”, disse o professor. “Na Europa, o absolutismo estava se extinguindo e o poder da igreja estava mais esparramado. É o momento do hedonismo, dos temas leves e sentimentais. Agora o amor prevalece, assim como todas as formas de relações sociais.”

Nas pintura e nas artes plásticas em geral aparecem as cores mais suaves, os tons pastéis, em contraponto ao barroco, carregado de metáforas e eufemismos. “Aparecem o caráter lúdico, as linhas curvas, muito mais delicadas e fluídas”, disse o professor.

Rococó expressa amor, delicadeza e elegância, mas também sensualidade e erotismo, como na pintura “O Balanço”, de Jean-Honoré Fragonard, em que uma moça de vestido aparece em um balanço, no alto, com uma das pernas esticada, lançando um sapato para o ar, enquanto é observada por um homem sentado no chão. À direta do quadro, um senhor tenta frear o balanço com cordas.

Rei Luís XV e o móvel no estilo que leva seu nome

“Há uma certa crítica porque, até o período barroco, uma mulher sem sapato era cortesã, ou a que perdia seu sapato não era bem vista, pois não era mais virgem”, explicou o professor.

O rococó também avançou nas artes decorativas. A aristocracia e a burguesia se esmeravam na decoração. Foi nessa época que surgiu a famosa fábrica de tapetes Gobelin, que exibiam cenas alegres e paisagens rurais, típicas do rococó.

Aparecem também os móveis no estilo Luís XV, com o famoso design dos pés de madeira, usados até hoje.

Próximo encontro
O rococó será superado depois, assim como na música o classicismo, pelo romantismo, inaugurado pelo seu maior expoente, Ludwig Van Beethoven (1770-1827). É sobre esse tema que será a próxima aula do Conexões Musicais, “ Música e a Ópera Romântica”, no dia 13/10, às 19h.Os interessados já podem se inscrever pelo eventos@apamagis.org.br.

O último encontro será dia 26/11, às 19h: Uma experiência na Sala São Paulo, Stravinsky, Schoenberg e Brahms, sob a regência de Thierry Fischer.

 

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