Clube de Leitura da Apamagis celebra 140 anos de Lima Barreto em agosto

Os 140 anos de nascimento de Lima Barreto serão celebrados em uma edição especial do Clube de Leitura da Apamagis no dia 3/8 (terça-feira), às 19h. O encontro, transmitido pela plataforma Zoom, terá participação especial da antropóloga Lilia Moritz Schwarcz.

A realização é fruto da parceria da Apamagis com a APL (Academia Paulista de Letras) e com o Ipam (Instituto Paulista de Magistrados) e integra o ciclo de eventos do Departamento Cultural da Associação, cuja programação tem levado o debate sobre arte, cultura e literatura a centenas de magistrados paulistas. Com o apoio da AMB nesta edição, a expectativa é unir juízes de todo o Brasil em torno do tema.

As inscrições já podem ser feitas pelo e-mail clubedeleitura@apamagis.org.br. Basta enviar nome completo e número de celular. O evento é voltado a associados e gratuito.

Diferentemente do que acontece nos encontros mensais, desta vez o evento terá dois livros em debate: “O Triste Fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto, e “Lima Barreto – Triste Visionário”, biografia escrita por Lilia Moritz Schwarcz.

Será, portanto, uma oportunidade única para ouvir uma profunda conhecedora da obra e da vida de Lima Barreto (1881-1922), um dos mais brilhantes escritores da literatura brasileira, que sofreu preconceito racial, foi “branqueado” em imagens, foi escriturário do Ministério da Guerra, jornalista, teve problemas com álcool e passou por duas internações em manicômios. Lima Barreto morreu aos 41 anos, deixando uma obra inacabada, “Cemitério dos Vivos”, na qual falava sobre essa experiência no manicômio.

O escritor Lima Barreto

Dom Quixote brasileiro
“O Triste Fim de Policarpo Quaresma” é uma das obras mais conhecidas de Lima Barreto. Dividida em três partes, narra momentos diferentes da vida do protagonista, um patriota inveterado chamado de “major” Policarpo Quaresma, mesmo sem ter patente alguma.

Apegado aos livros e dedicado a pesquisar e a enaltecer tudo o que há de mais brasileiro, ele resolve estudar violão com o professor Ricardo Coração dos Outros. Radicalizado na sua proposta nacionalista, também resolve propor ao governo federal que adote o tupi-guarani como idioma oficial do Brasil, o que o leva a ser internado em um manicômio durante seis meses.

Após deixar a instituição, e já na segunda parte da obra, Policarpo Quaresma resolve mudar-se para um sítio e dedicar-se ao estudo da botânica brasileira para viver disso, mas desentendimentos com políticos locais o colocam em confronto com o poder, e então ele conclui que é preciso uma nova ordem no governo. Assim, na terceira parte do livro, Policarpo Quaresma volta para a cidade e se engaja em uma revolta liderada pelo Marechal Floriano.
Espécie de Dom Quixote brasileiro, Policarpo Quaresma também foi levado aos cinemas no filme “Policarpo Quaresma, Herói do Brasil”, em 1998, com o ator Paulo José no papel principal. A direção é de Paulo Thiago.

Próximos livros
Os próximos encontros do Clube de Leitura da Apamagis terão: “Aos Meus Amigos”, com participação da autora Maria Adelaide Amaral, em setembro, e “Os Maias”, de Eça de Queiroz, em outubro, com participação do escritor Carlos Reis, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.