Conexão Musical contextualiza o barroco para explicar vida e obra de Bach
“Grande virtuose do teclado”, “improvisador admirável”, “pai de todos os músicos”: são muitos os títulos que o compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750) recebeu por sua obra. As razões de tanta admiração e importância foram tema de uma aula embalada por músicas e imagens no Conexão Cultural – “Bach, a Transfiguração da Música”, conduzida pelo professor Antonio Carlos Toze.
Iniciativa da Apamagis Cultural, o encontro ocorreu pela plataforma Zoom em 11/5 e contou com 39 participantes.
Ao longo de cerca de duas horas, Toze falou sobre a vida e a obra do compositor barroco, mas de forma contextualizada, levando também informações sobre arquitetura, arte, filosofia e pensamento.
“O barroco é a dualidade entre o teocentrismo da Idade Média e o antropocentrismo do Renascimento”, disse Toze. “Johann Sebastian Bach vai sintetizar tudo o que veio antes dele na sua magnífica obra, e com sua morte ele vai encerrar definitivamente o período barroco.”
Nas artes, o barroco traz, entre suas características, o movimento, a ornamentação, o rebuscamento, as extravagâncias, os contrastes, os exageros e a riqueza de detalhes. Na música, aparecem o contraponto e a polifonia, com suas várias vozes.
Uma vida dedicada à música sacra
Sobre a trajetória musical de Bach, Toze contou como o menino órfão de pai e mãe deixou sua cidade natal, Eisenach, aos 9 anos, para iniciar um caminho que o levaria a se tornar “um gênio inexplicável”.
Contou sobre o início, como cantor de coral na igreja, e depois como compositor em Weimar, Köthen, Dresden e Leipzig, cidades onde passou a maior parte de sua vida e compôs principalmente obras sacras para a igreja luterana. Só em Potsdam, já na maturidade e a serviço da corte de Frederico II, O Grande, Bach pôde se dedicar mais às obras não religiosas.
Foi um compositor prolífico, professor e pai de 20 filhos, de dois casamentos. Nunca chegou a usar o piano – à sua época, havia apenas um protótipo do instrumento, pelo qual não se interessou muito. Compunha para cravo e foi um gênio do órgão de tubos.
Composições famosas
Tonalidade, melodia, harmonia: tudo isso era “explicado” por Bach sem uma única aula. Está tudo em sua música. “Ele viveu 65 anos, ficou cego no final da vida, não podendo mais escrever suas partituras. Ele chegava a ditar as notas e todas as características tonais para um de seus filhos, mas ele conseguiu fazer com que a gente, 300 anos depois, consiga admirá-lo no seu interior, em qualquer música que fez, algo além da escrita. Aquilo que eu chamo de oração em forma de música, mesmo sem ter sido composta para essa finalidade”, disse Toze.
O professor apresentou algumas criações famosas de Johann Sebastian Bach, como “Tocatta e Fuga em Ré Menor” e “Prelúdio em Dó Maior”, extraído da coleção “O Cravo Bem Temperado”, que muita gente reconhece como parte da “Ave Maria” de Charles Gounod (1818-1893). Isso porque o compositor francês a tomou como base para sua criação, no século 19.
Bach redescoberto
Aliás, a obra de Bach passou quase um século fora dos holofotes. Seu retorno teria acontecido graças ao também compositor Felix Mendellsohn-Barthold (1809-1847), que em 1829 regeu “A Paixão Segundo São Mateus”, de Bach, em Berlim.
Na aula, também foi falado sobre os contemporâneos de Bach, como o italiano Antonio Vivaldi (1678-1741), outro mestre do barroco, e Georg Frederich Händel (1685-1759), alemão que viveu na Inglaterra.
Ao final, os participantes fizeram perguntas, e Toze passou uma lista com obras de referência para os interessados em saber mais sobre Bach e ouvir suas obras.
Professor
Antonio Carlos Toze é formado em Comunicação e Marketing pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) e pós-graduado em Designer Estratégico e Criativo pelo Istituto Europeo di Design. É também músico erudito e realizou cursos avançados de História da Arte e Cultura na Accademia Europea di Firenze, na Itália. Sua página no Instagram é @overtoze.
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