“Depois de tudo tem uma vírgula” pauta debates do Clube de Leitura da Apamagis

12 de maio de 2022

No último dia 5/4, às 19h, o Clube de Leitura da Apamagis recebeu a escritora Elizabeth Cardoso para discutir seu livro “Depois de tudo tem uma vírgula”. A mediação ficou por conta da juíza Danielle Martins Cardoso. O romance, centrado na ditadura, explora os limites da ficção e mostra a interrupção da vida de mulheres que sofreram tortura. A autora nos leva para dentro de cada cena – no quarto vazio, as sevícias. A autora estabelece com o horror uma relação de intimidade e segurança, conduz-nos nesse universo privado (Rita, sobrevivente dos porões da ditadura; seu irmão, a menina das perguntas) a pensar: Qual é o valor das coisas? Quem pode falar sobre o quê? O que é a loucura? O que é sobreviver?

Elizabeth Cardoso é doutora em Teoria Literária pela USP, professora do Programa de Estudos Pós-Graduados em Literatura e Crítica Literária na PUC-SP e pesquisadora do romance contemporâneo. “Depois de tudo tem uma vírgula” recebeu o Prêmio Literário Biblioteca Nacional, Prêmio Machado de Assis 2021, oferecido pela Biblioteca Nacional.

O tema é resultante de várias motivações: a dor individual, o sofrimento coletivo, de todos que foram atingidos pelo arbítrio. “Tenho um interesse pela questão da ditadura militar, me sinto próxima de pessoas que foram torturadas, amigos da faculdade, professores e professoras muito queridos.

Rita, uma estudante de Letras, que depois torna-se dependente de drogas e pacientes de sanatório, é uma personagem real e muita complexa. Ainda assim a autora cria esse ambiente de forma imaginativa, tanto para ela quanto para a personagem. “Não cheguei a conhecer sanatórios para escrever o livro. Foi algo que eu imaginei. Me preocupei em na narração isso ser algo imaginativo para a Rita, como ela via, como o irmão via. E a gente não sabe que sanatório é esse”, explica a autora. O fato é que, mesmo tratando de um tema já tão explorado, a escritora consegue fazer com que tenhamos um olhar diverso sobre a ditadura. Um olhar que nos remete ao feminino, ao amor e à desistência e à resistência. “A ditadura está no livro como uma metáfora da imbecilidade humana”, finaliza Elizabeth Cardoso.

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