Ministro Moura Ribeiro conta sua história e agradece a homenagem no evento “Arbitragem: Conquistas e Desafios”

Homenageado do evento “Arbitragem: Conquistas e Desafios”, em comemoração aos 200 Anos da Independência do Brasil, o ministro Paulo Dias Moura Ribeiro, do STJ, fez o encerramento da solenidade, ocorrida na última sexta-feira (29/4), com um emocionante discurso de agradecimento.

Moura Ribeiro contou que já vinha preparando o coração há algumas semanas para aguentar este momento tão emocionante e iniciou agradecendo a organizadora do evento, a Escola de Negócios Trevisan, e os apoiadores institucionais, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e a Apamagis. “Agradeço a AMB, através da figura da presidente Renata Gil, que comanda a nossa associação com um brilho que poucos já tiveram na AMB, e estou há muito tempo na AMB.”

“Meus cumprimentos também pela gestão da minha querida Vanessa Mateus, que toca a nossa Apamagis como pouquíssimas pessoas tocaram. E estou na Apamagis faz bastante tempo. Fico muito feliz de poder dizer essas palavras pessoalmente. Você é uma juíza exemplar e conhece como poucas pessoas a fragilidade da nossa toga”, ressaltou o homenageado.

O início de um sonho

O ministro do STJ lembrou momentos de sua infância, ocasião em que já sentia despertar em si um olhar social. De família de médicos, imaginava que seguiria a carreira dos pais, mas por uma surpresa do destino seu pai o orientou a seguir outro rumo: “Você vai fazer Direito. E eu disse a ele que já que iria fazer Direito queria ser juiz”.

Formado, em Santos, advogou em São Paulo, sempre com o pensamento voltado para a Magistratura paulista. “Fiz mestrado, doutorado e ali fui aluno do professor Michel Temer. As aulas dele sobre Federação estão gravadas no meu coração até hoje.”

O grande sonho profissional, confidenciado ao pai, quase não se realizou: “Pensei em desistir, depois de ter participado, sem sucesso, de dois concursos para o TJSP”. Mas em 1982 houve a abertura de mais um concurso para a Magistratura, e uma canção de Chico Buarque o fez refletir: “A música me guiou a tentar mais esse concurso. Sonhar mais um sonho impossível, lutar quando é fácil ceder, vencer o inimigo invencível. Essa passou a ser a minha lei. Prestei o concurso e passei”.

Moura Ribeiro também definiu como foi chegar ao TJSP, “uma casa de ensinamento, uma casa de pessoas da melhor qualidade. Até hoje sinto o cheiro do Tribunal. E o STJ, o Tribunal da Cidadania, é uma casa de homens e mulheres do mais fino trato jurídico, dos quais eu procuro me espelhar para poder seguir naquilo que havia prometido para meu pai. São pessoas de um coração transamazônico.”

Por fim, Paulo Dias Moura Ribeiro agradeceu a cada um dos que o homenagearam, nos dois dias de evento, e também aos familiares e amigos de sua vitoriosa caminhada. “Já dizia o padre Vieira, entre todos os bens nem um há maior que os nossos amigos, e entre todas as coisas nossas nenhuma é mais nossa que os amigos.”

Biografia do homenageado

Paulo Dias Moura Ribeiro nasceu em Santos, em 28/9/1953, formou-se em Direito pela Universidade Católica de Santos em 1976 e concluiu mestrado e doutorado pela PUC-SP em 2003. Atuou como advogado de 1977 até passar no concurso para o TJSP em 1982. Foi promovido a desembargador em 2005 e, em 2013, nomeado ministro do STJ, em vaga destinada à Justiça Estadual.