Rede de salões de beleza, Jacques Janine é parceira da campanha Sinal Vermelho e recebe treinamento de magistradas paulistas
A rede de salões de beleza Jacques Janine é a nova parceira da campanha Sinal Vermelho contra a violência doméstica, lançada nos primeiros meses da pandemia, em 2020, com a adesão das farmácias – hoje a iniciativa conta com apoio dos cartórios, estabelecimentos comerciais, entre outros, e já se transformou em lei em diversos Estados e também no Distrito Federal.
Na segunda-feira (29/11), a presidente Vanessa Mateus, da Apamagis; a diretora da AMB Mulheres e conselheira da Associação Paulista de Magistrados, Domitila Manssur; e a juíza Márcia Mathey Loureiro, da 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, da Comarca de São José dos Campos, expuseram durante duas horas a profissionais da rede de beleza, incluindo a sua fundadora Janine Goossens, a origem e o significado da campanha, os índices da violência, as formas de registro da agressão.
A conversa serviu de treinamento aos profissionais da rede de beleza. Logo no início, Janine agradeceu às juízas e ressaltou a importância desta parceria. “Agradeço em especial à dra. Domitilla Manssur, pelo seu tempo, pelo seu conhecimento e por nos aclarar sobre esta causa que achamos essencial e necessária, que é o combate à violência contra a mulher.”
A fundadora da rede Jacques Janine também disse estar feliz em poder fazer parte de uma campanha que visa tornar a vida das mulheres melhor. “Essa aula, esse treinamento nos deixou maravilhadas e vai nos ajudar a contribuir com esse movimento. Isso tudo coloca a sociedade obrigada a compartilhar e ajudar. Tenho certeza que a partir dessa parceria poderemos fazer a vida de muitas mulheres melhor.”
Domitilla Manssur disse estar agradecida pela oportunidade de compartilhar a campanha Sinal Vermelho e apresentou aos participantes a juíza Márcia Mathey, que desenvolve excelente trabalho no enfrentamento à violência contra a mulher em São José dos Campos, cidade do Interior paulista que recebeu o primeiro sinal vermelho de todo o país. Na sequência, passou a explicar que a campanha, desenvolvida pelo CNJ e pela AMB, é um símbolo nacional e está alicerçada em números alarmantes. “O Brasil é o quinto país que mais mata mulheres no mundo. Uma mulher é morta a cada 6 horas no brasil. São oito mulheres agredidas por minuto, e uma entre quatro mulheres sofreu violência na pandemia. Só em 2020, foram 1.300 feminicídios registrados”, informou.
Para a conselheira da Apamagis, a campanha Sinal Vermelho não salva só a vida de mulheres, mas de todos familiares e amigos das vítimas: “Precisamos estar próximas das vítimas diretas e indiretas – filhos, pais e amigos – da violência”.
Os tipos de violência
A juíza Márcia Mathey trouxe para o treinamento os mais variados tipos de violência contra a mulher, para que as funcionárias do salão de beleza estejam atentas e conheçam que a agressão não é apenas física. “É importante que as pessoas, em especial as colaboradoras dos salões Jacques Janine, saibam quais são os tipos de violência contra a mulher para que possam ajudar essas vítimas, que é o que esse treinamento tem como objetivo.”
Em seguida, explicou: “Em primeiro lugar vem a violência psicológica. Começa com xingamentos, agressões verbais, a mulher vai ficando com baixa autoestima. O agressor se faz de protetor e pega senhas do celular, não deixa a vítima ter liberdade de comunicação. Tem a violência sexual, que é a tentativa de fazer sexo à força, contra a vontade da mulher. E tem a violência moral que são acusações de traição, expor a vítima, desvalorizar a mulher, rebaixá-la com xingamentos”.
Já Domitilla Manssur ressaltou que nenhuma funcionária dos salões de beleza será arrolada no processo, ao menos que ela presencie alguma agressão. “Nessa parceria com os salões, os funcionários atuam apenas como uma ponte entre a vítima e as autoridades”, assegurou.
A magistrada também chamou a atenção para que os trabalhadores da rede Jacques Janine estejam atentos a todos os sinais e não só ao “X” vermelho na mão. “Algumas atitudes podem demonstrar sinais de que aquela mulher quer dizer alguma coisa, porque muitas vezes a vítima não sabe como agir ou tem muito medo e receio de fazer a denúncia.”
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