“A ideia é trazer as melhores soluções e compartilhar com todos os Estados”, afirma Vanessa Mateus sobre o trabalho na Coordenadoria da Justiça Estadual

21 de dezembro de 2022

A presidente Vanessa Mateus, em entrevista à Apamagis, destaca que a presença do Estado de São Paulo na Coordenadoria da Justiça Estadual da AMB, agora sob sua responsabilidade, decorre do trabalho desenvolvido nos últimos três anos de sua gestão na associação paulista, que focou no desenvolvimento da capacidade de interlocução e investiu no diálogo como ferramentas para unir a Magistratura em torno de pautas prioritárias. “Para mim, assumir um cargo, eminentemente de diálogo, de troca e de contato com as pessoas, é, além de um desafio, uma alegria imensa”, afirma Vanessa Mateus.

Ela explica que o papel a ser desenvolvido pela Coordenadoria é o de “interlocução com os presidentes de associação entre a AMB e os Estados para identificar quais são as questões importantes em cada um deles”. A partir dessa constatação, o que Vanessa Mateus objetiva na sua gestão é o compartilhamento das melhores soluções com todos os Estados, o que pode fazer a Magistratura avançar como um todo.

Vanessa Mateus na 1ª reunião do Conselho Executivo da AMB | Foto: Ascom AMB

 

A chapa Combatividade, Coragem e União foi eleita, em novembro deste ano, para comandar a AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) no triênio 2023-2025, sob a liderança do paranaense Frederico Mendes Júnior. A função de coordenadora da Justiça Estadual passa, agora, a ser acumulada por Vanessa Mateus com a de presidente da Apamagis.

O resultado é considerado um marco por congregar pelo menos três recordes: pela primeira vez, em 73 anos, apenas uma chapa foi registrada no pleito, e a Justiça Estadual será coordenada pela Magistratura paulista e por uma mulher.

Confira abaixo:

 

  1. A Coordenadoria da Justiça Estadual é uma peça fundamental na engrenagem da AMB. Por que e de que forma ela atua?

Os juízes estaduais correspondem à grande maioria dos associados da AMB. Se o nosso número total é 13.207, nosso número de magistrados estaduais é 11.609. A Coordenadoria da Justiça Estadual atua com as pautas da grande maioria dos associados, faz uma interlocução com os presidentes de associação entre a AMB e os Estados para identificar quais são as questões importantes em cada um deles, quais são os problemas a serem solucionados em cada Estado e quais são as boas soluções a serem compartilhadas.

 

  1. É a primeira vez que esse cargo de extrema relevância é ocupado por uma magistrada de São Paulo. O que isso representa dentro e para o movimento associativo?

São Paulo fica muito honrado de ocupar esse cargo pela primeira vez, acho que demonstra um amadurecimento político da nossa Magistratura, da nossa Apamagis, dessa capacidade de interlocução e da possibilidade de estabelecimento de diálogo, que foi o que nós sempre pregamos nesses últimos três anos da nossa gestão à frente da Associação. É o avanço nas nossas pautas por meio do diálogo. Para mim, assumir um cargo, eminentemente de diálogo, de troca e de contato com as pessoas, é, além de um desafio, uma alegria imensa.

 

  1. Como a articulação da Coordenadoria da Justiça Estadual pode contribuir para que a Magistratura obtenha êxito nas suas pautas legislativas?

Mediante o compartilhamento das soluções importantes adotadas em cada um dos Estados. Acho que somos uma Magistratura que se pretende una, mas com diferenças significativas por toda a federação. Então, problemas e soluções regionais podem ser compartilhados com todos os outros Estados para avançar nas nossas pautas. Ideias de alguns Estados podem ser levadas para outros, avanços em algumas pautas em algumas regiões podem servir de exemplo para o avanço em outras pautas. Então, essa interlocução pode fazer a Magistratura avançar como um todo.

 

  1. Em entrevista recente, o novo presidente da AMB, Frederico Mendes Júnior, mencionou as diferenças institucionais e de estrutura de trabalho envolvendo a Magistratura atualmente. De que forma essas diferenças serão abordadas na sua gestão?

A ideia é que consigamos nivelar sempre por cima. Trazer as melhores estruturas como modelo para que as demais estruturas se desenvolvam, e, assim, possamos todos atingir um percentual, senão de excelência, mas de grande melhoria nas condições de trabalho dos magistrados. Nossos juízes vêm sofrendo muito com metas a serem batidas, com problemas de saúde, com ataques diuturnos que vêm recebendo. A ideia é que tragamos as melhores soluções e as compartilhemos com todos os Estados da federação.

 

  1. O movimento associativo enfrentou um grande desafio sob a gestão da ex-presidente Renata Gil que foi o de se reinventar e dar continuidade à defesa da classe frente à pandemia. Como a senhora avalia a trajetória do movimento associativo nesse período?

O período da pandemia serviu para mostrar a essencialidade do serviço da Magistratura, mostrar que a Magistratura não para e não parou por um único minuto, estando cônscios os magistrados da essencialidade da função e missão que abraçamos e continuamos a exercer durante todo esse período. A Magistratura não parou, ao contrário de muitos países, se reinventou. Reinventou seus métodos de trabalho, as formas de fazer audiência, de atendimento à advocacia e ao público. Avançamos em um período muito curto de tempo na tecnologia e na modernização do nosso trabalho. E o nosso desafio de agora é trazer, nesse período pós-pandemia, tudo aquilo que conquistamos de bom num período tão sombrio,. Trazer para as luzes aquilo que foi produzido nesse período de pandemia e demonstrar ao cidadão a essencialidade do serviço da Magistratura que se manteve firme e garantiu a distribuição de justiça nesse período todo.

 

  1. Como dirigente de classe, mas especialmente como magistrada, quais as expectativas para a nova gestão que se inicia?

Nossa expectativa é de um período muito difícil para a Magistratura. O Poder Judiciário ficou sob os holofotes durante muito tempo, tem sido alvo de muitos questionamentos, alguns justos e muitos injustos. Então, o nosso foco agora tem que ser o fortalecimento da Magistratura. Vimos que, sem um Poder Judiciário forte e independente, não conseguimos manter as instituições funcionando plenamente, como efetivamente aconteceu. É importante que a gestão foque na questão das prerrogativas, do fortalecimento, na pauta corporativa, sem descuidar de todas as demais missões das quais se ocupa o Poder Judiciário.

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