No Dia Internacional da Mulher, comemoração pelos 90 anos do voto feminino no Brasil é ainda mais significativa

9 de março de 2022

Neste dia 8 de março, boa parte do mundo ocidental celebra o Dia Internacional da Mulher. Em 2022, essa data tem um significado ainda maior na Justiça Eleitoral: há exatos 90 anos, em 1932, as mulheres conquistavam o direito da plena cidadania no Brasil, passando a poder votar e serem votadas.
Esse foi um grande passo na luta pela equidade que marcou a trajetória de sufragistas e lideranças femininas do nosso país.

A História registra nomes como Celina Guimarães Vianna, a primeira eleitora brasileira, ainda em 1927; Alzira Soriano, a primeira prefeita eleita em 1928; Carlota Pereira de Queirós, a primeira deputada federal em 1934; e Bertha Lutz, única mulher na delegação brasileira na Conferência de São Francisco, que criou a Organização das Nações Unidas (ONU) em 1945, entre muitas outras personalidades que vêm, ano após ano, assegurando que mulheres tenham o direito de participar da vida política do Brasil.
Política também é lugar de mulher

“Os desafios são muitos, porque a sociedade ainda é muito patriarcal. A sociedade ainda pensa que o lugar da mulher não é na política”, avalia Christine Oliveira Peter da Silva, secretária-geral da Presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo ela, o campo da atuação política se tornou um dos poucos lugares onde a presença de mulheres ainda não é naturalizada, como já o é no mercado de trabalho, por exemplo. “Ainda há um estranhamento da presença feminina na política”, afirma.

Christine diz acreditar que o raciocínio que afasta as mulheres dos embates políticos tenha raízes num certo protecionismo machista, que tenta manter mães, esposas e filhas longe da competitividade e da agressividade que caracteriza a atuação política. E, por vezes, também das violências morais e até físicas que podem ocorrer. “Esse dado cultural faz com que nós não consigamos ver nas mulheres aquilo que elas têm vocação para ser”, conclui Christine.

São muitas as barreiras apontadas pela secretária-geral do TSE que precisam ser enfrentadas pelas mulheres que insistem em buscar um lugar no cenário político do Brasil. Começa dentro das próprias famílias, que por vezes cobra as ausências e a superexposição em decorrência do exercício do mandato eletivo. E não para por aí: também há resistências do machismo institucionalizado nas lideranças dos diretórios partidários e nos colegas de exercício do mandato.

“É necessária uma revolução cultural”, aponta Christine Peter. E isso, segundo ela, parte da mobilização de todas as mulheres – que são a maioria do eleitorado brasileiro – para apoiar a candidatura e eleger políticas do gênero feminino, contribuindo para a equidade nas casas legislativas do país. Atualmente, na Câmara dos Deputados, o percentual de deputadas federais gira em torno de 16%.

Fonte: TSE

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

  • Será realizado de 24 a 26/3 o III Encontro Nacional das Entidades da Sociedade Civil: Tratamento […]

  • Na próxima sexta-feira (21/3), será realizado o Lançamento de Livros de Magistrados Autores 2025, na […]

  • Os 30 anos do Nuapsi (Núcleo de Atendimento Psicossocial aos magistrados e funcionários do Tribunal […]

NOTÍCIAS RELACIONADAS