Vanessa Mateus e Marcela Montenegro defendem a importância de ouvir as mulheres para o enfrentamento da violência
A presidente da Apamagis, Vanessa Mateus, e a diretora executiva do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), Marcela Montenegro, escreveram um artigo conjunto sobre a segunda edição da pesquisa JUSBarômetro, que foi publicado no blog do jornalista Fausto Macedo, do jornal O Estado de São Paulo. O levantamento, que trata da percepção das mulheres paulistas sobre a violência contra a mulher, foi encomendado pela Apamagis e realizado no mês de agosto pelo Ipespe.
Para Vanessa Mateus e Marcela Montenegro, a violência contra a mulher já era um problema de dimensões alarmantes antes da pandemia. No entanto, as crises sanitária e econômica causadas pela covid-19 agravaram a situação, fato validado por fontes oficiais. “A explosão da violência doméstica durante a crise sanitária do coronavírus foi tema de estudos de diversas organizações nacionais e internacionais. No Brasil, foi ratificada por fontes oficiais como Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Fórum Brasileiro de Segurança Pública e Conferência Nacional dos Municípios. Os números variam de acordo com a localidade, mas em alguns Estados, como o Pará, esse aumento ultrapassou 90% em determinado período”, afirmam, no artigo.
Nesse sentido, a segunda edição de pesquisas encomendadas pela Apamagis, colocada em campo pelo Ipespe, foi conhecer a percepção das mulheres do Estado de São Paulo sobre esse problema. Segundo Vanessa Mateus e Marcela Montenegro, ouvir as mulheres é o primeiro passo para avançar no combate à violência de gênero. “É preciso ouvi-las. Saber como esse tipo de violência está presente na vida delas, de que forma e em que proporção buscam por apoio e justiça, se conhecem e como avaliam as iniciativas do Poder Judiciário para prestar assistência e combater essa prática, e quais as expectativas em relação ao atendimento às vítimas.”
O artigo trouxe os principais pontos da pesquisa.”O panorama geral é que 88% das entrevistadas percebem que esse tipo de violência vem aumentando; 54% indicam, entre uma relação de itens, a violência doméstica como a principal preocupação das mulheres atualmente; 66% dizem que a casa é o principal local das agressões; e 63% apontam como autor mais frequente dos crimes o cônjuge, companheiro ou namorado da vítima”, destacam Vanessa Mateus e Marcela Montenegro.
Chamou atenção dados do levantamento que mostraram que a preocupação com a violência doméstica é maior entre as jovens. “A maioria das mulheres (59%) entre 18 e 24 anos se diz afligida por essa questão, mais até do que com os ataques que podem sofrer fora de casa. O medo de sofrer violência em casa está muito à frente de outras preocupações, como emprego e geração de renda, citado por 11% das entrevistadas; cuidados com a própria saúde e a de seus familiares, mencionados por 4%; e doenças como câncer de mama e útero, apontadas por 3%.”
A baixa procura por ajuda junto a órgãos oficiais retratada na pesquisa JUSBarômetro, assim como o motivo que impede muitas mulheres de denunciarem os agressores também foram citados no artigo. “Segundo as mulheres ouvidas, nos casos de violência de que foram vítimas, testemunharam ou tomaram conhecimento, somente 29% das agredidas procuraram auxílio de órgãos oficiais. É contundente a percepção de que as mulheres ainda se sentem desprotegidas, sendo o medo apontado por 73% como a principal causa desse silêncio”, ressaltam.
O artigo de Vanessa Mateus e Marcela Montenegro ainda ressaltou outros pontos importantes do levantamento, como a cobrança das mulheres por mais empatia e sensibilidade dos profissionais que atendem vítimas de violência doméstica, qual a punição que elas desejam para os agressores, a efetividade da Lei Maria da Penha e o conhecimento de campanhas como a Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica.
Por fim, a presidente da Apamagis e a diretora executiva do Ipespe reforçaram que saber a percepção das mulheres é o primeiro passo para aperfeiçoar os mecanismos de enfrentamento a essa situação: “É preciso dar voz às vítimas, conhecer suas necessidades e dificuldades, para, então, partir para o segundo passo, que é oferecer instrumentos verdadeiramente efetivos de proteção e garantia de direitos. Esse é o passo que salva vidas”.
Leia o artigo na íntegra aqui.
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