Clube de Leitura aborda ‘As brasas’, de Sándor Márai
O Clube de Leitura abordou, em 6/9, o livro “As brasas”, de Sándor Márai. O encontro teve palestra da escritora Vivian Schlesinger e mediação da magistrada Renata Manzini. O húngaro Márai nasceu em 1900. Exilou-se em 1948, quando do domínio do stalinismo em seu país. Em 1979, fixou-se nos Estados Unidos, onde se suicidou dez anos depois. “As brasas” foi sua primeira obra lançada no Brasil.
Escrita em 1942, a história relata a relação de dois amigos – Henrik e Konrad – e o fantasma de Krisztina, mulher do primeiro e por quem eles travarão um duelo que se inicia como um civilizado jogo de esgrima, mas logo se torna uma luta árdua, embora os duelistas só disponham de uma arma: as palavras. Um dia, em 1899, um deles desaparece misteriosamente para, apenas 41 anos depois, ocorrer um reencontro surpreendente.
Múltiplas facetas
“O livro pode ser lido tendo como base a história de três pessoas, mas também pode ser lido como uma história do império Austro-Húngaro, o fim desse império, de seus valores e a necessidade de as pessoas – incluindo os protagonistas – terem que se deparar e adaptar a esse novo contexto”, afirma Vivian Schlesinger.
Não raro, “As brasas” é caracterizada pela crítica como novela ou romance. O fato é que utilização dos poucos personagens centrais leva a obra mais para o terreno dos contos. Tudo se passa em uma única noite, durante um jantar no castelo de Henrik. Ali eles relembrarão sua história. “Uma das características encantadoras é a descoberta das técnicas sutis de criação por parte de Márai. É quase uma abordagem cinematográfica sobre temas gigantescos, em apenas 200 páginas, e em uma época na qual as obras chegavam a 500 páginas.
Estilo e simbologias
O autor também se vale de uma concisão que ainda não era utilizada na época pelos escritores europeus. “Outro fato marcante é que Márai utiliza longos silêncios dos personagens, durante seus diálogos, em sua narrativa”, diz a escritora. Também os objetos do castelo assumem simbologias próprias – o império, o exército, a tradição familiar. São imagens carregadas subliminarmente de grande erotismo e até de uma suposta relação homossexual entre Henrik e Konrad. “O leitor acaba reconstruindo toda a história – incluindo aí a guerra que devastou a Europa – através dessas imagens”, afirma a escritora.
Por fim, “As brasas” nos leva a questionar se precisamos de tanto sofrimento. E vale lembrar que as conotações de valores como amor, dever, vingança, dívida, lealdade e traição, mesmo que possam ser consideradas absolutas por uns, terão sempre uma dualidade e um reverso que podem ser inusitados.
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