Homenagem ao desembargador Antônio Carlos Malheiros, por Sidney Romano dos Reis

17 de março de 2021

Na data de hoje, fui surpreendido com a triste notícia do desaparecimento de um amigo muito querido, o Desembargador Antônio Carlos Malheiros, a quem conheci há muitos anos, desde que, como Juiz Substituto de Segundo Grau, passei a atuar na Seção de Direito Público.

Na época também lecionava e fiquei muito feliz ao saber que o saudoso amigo era professor de uma sobrinha, a qual elogiava por sua inteligência e dedicação.

A partir de então, estreitamos laços de amizade, de respeito e carinho. Trabalhamos juntos na Turma Especial de Direito Público, na qual pude constatar a humanidade de seus votos, sempre muito bem fundamentados juridicamente. Tais eram suas decisões na Egrégia 3ª Câmara de Direito Público e no Colendo Órgão Especial da nossa Corte.

Não é caso de perfilar seus dados biográficos, por todos conhecidos.

Quero, tão somente, deixar meu testemunho de como sua ausência física será sentida, humanista que foi, dono de cultura invejável, de um coração que, de tão grande, só em dimensões espirituais pode ser mensurado.

Suas atividades de beneficência e de verdadeira caridade cristã falam muito mais do que o limitado vocabulário que poderia me utilizar para descrever sua pessoa e sua alma.

Sempre teve em vista a necessidade de ajuda aos necessitados e aos que sofriam, e lhes prestava auxílio fraterno com prejuízo de seus afazeres, da sua família e da própria saúde.

No trato pessoal, impressionava sua lhaneza, irradiando simpatia e felicidade, mesmo enfrentando todos os problemas que, normalmente, assomam em todos nós e, em particular, decorrentes da pletora de processos, de sua vida acadêmica e percalços de saúde que o atormentavam sem, contudo, desistir de ser o que sempre foi: um grande homem, um magnífico juiz e um espírito de luz.

Nos fará muita falta, sem dúvida. Não apenas a Magistratura se sentirá privada da sua participação como Desembargador, mas também tantas pessoas que contavam com sua alegria, dedicação e amor fraterno.

Meu coração está preenchido de tristeza, porém minha razão determina que, mercê do que sempre praticou, está muito bem amparado neste momento de desenlace, certamente sendo acolhido na Paz do Senhor, recebido pelos espíritos aos quais foi ligado com o mesmo carinho que dedicou nesta vida aos seus semelhantes. Creio, firmemente, que suas jornadas evolutivas prosseguirão, em planos mais elevados da existência.

O momento é de dor, mas também de esperança.

Se a Bondade do Criador permitir, espero poder reencontra-lo e me beneficiar da sua fraternidade incondicional.

Fica indelével seu exemplo, não somente como excepcional Juiz que foi, mas sobretudo pela amizade, amor, carinho e respeito que devotava a todo ser humano com quem mantinha contato e, em especial, àqueles a quem entregou suas melhores inclinações e afirmações do quanto aprendeu à luz das lições do Cristo.

Que vc esteja bem Malheiros. Evolua ainda mais e seja feliz. Um dia nos reencontraremos todos no Reino de Deus.

À família e amigos, meus mais profundos votos de condolências, orando para que Deus os console e na sua infinita misericórdia lhes destine reencontros em níveis mais depurados de vida espiritual.

Até breve, meu caro e querido amigo.

 

Sidney Romano dos Reis
Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo

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