Não dá para esperar a história para termos paridade de gênero, diz Vanessa Mateus em live da AASP
Se no século passado a luta das mulheres foi para conquistar o direito de votar e de trabalhar fora do ambiente doméstico, agora é para garantir a presença feminina nos espaços de poder, ou seja, em postos de liderança dentro de empresas, na política e no Judiciário. Esse foi o fio condutor do bate-papo promovido pela Associação dos Advogados de São Paulo (AASP) no evento virtual “Mulheres e Liderança, Desafios e Conquistas”, que foi transmitido nesta quarta-feira (17/3) pela plataforma Zoom.
Além da presidente da Apamagis, Vanessa Mateus, participaram Viviane Girardi, presidente da AASP e moderadora do debate; Marina Pinhão Coelho Araújo, presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (Ibccrim); Rita Cortez, presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB); e Luciana Nunes Freire, diretora executiva jurídica da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).
Viviane Girardi iniciou a live prestando uma homenagem ao desembargador Antonio Carlos Malheiros, falecido na madrugada desta quarta-feira. Em seguida, Luciana Nunes passou a relatar algumas conquistas, desde o direito ao voto até os espaços de poder, que muitas mulheres alcançaram nos últimos anos no Brasil. “A mulher não só conquistou o direito ao voto, como já presidiu o Tribunal Superior Eleitoral, mas ainda há muito o que avançar”, disse a diretora jurídica da Fiesp.
Já a presidente do IAB, fez uma distinção sobre liderança e empoderamento. Para ela, liderança consiste nas habilidades que mulheres e homens têm para motivar, inspirar e coordenar um grupo de pessoas para que estes atinjam seus objetivos. “ O empoderamento é outra coisa mais complexa. É uma conscientização dos nossos direitos sociais e civis. É superar a dependência social e econômica que nós mulheres ainda mantemos e nos libertar da dominação política.”
Em sua exposição, Vanessa Mateus falou da importância de se fazer uma reflexão urgente sobre quanto tempo se levará para se chegar à paridade de gênero no Brasil. “Talvez não seja possível aguardarmos o passo da história. Talvez a história demore muito a vir e talvez ela não nos atinja.”
A presidente da Apamagis afirmou que enquanto as mulheres não estiverem nos espaços de poder tudo vai mudar de forma muito lenta. “Somos 38% do Poder Judiciário, somos a maior parte da massa de estudantes universitários, somos a maior parte de pós-graduados, mas nós ainda não participamos efetivamente dos espaços de tomada de decisão”, salientou Vanessa Mateus.
No bate-papo da AASP, Marina Pinhão destacou que é preciso ver de outra forma as medidas que buscam forçar uma paridade de gênero nos espaços de poder. “Eu gostaria que a gente não abraçasse essa oportunidade apenas formalmente. Temos que trazer a mulher exatamente para o centro e não simplesmente como cotas, mas como interveniente direto”, apontou.
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