TJSP celebra a Revolução Constitucionalista com encenação da manifestação de 23 de maio de 1932
Em comemoração aos 92 anos da Revolução Constitucionalista, o Tribunal de Justiça de São Paulo realizou, no dia 11/7, uma encenação da manifestação de 23 de maio de 1932 que culminou na morte de quatro estudantes – Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo – e foi estopim para o início do conflito armado contra o governo Getúlio Vargas e a favor de uma nova Constituição para o Brasil. A cerimônia, realizada no Salão dos Passos Perdidos, no Palácio da Justiça, contou com as presenças do presidente da Corte, Fernando Antonio Torres Garcia; do 1º vice-presidente da Apamagis, Walter Barone; e da presidente do Conselho Consultivo, Orientador e Fiscal, Marcia Regina Dalla Déa Barone.
Participaram também do evento dois descendentes de um dos mártires da revolução: Douglas de Albuquerque Alvarenga e sua filha, Júlia, respectivamente neto e bisneta de Orlando de Oliveira Alvarenga, que foi baleado durante a manifestação de 23 de maio de 1932 e morto meses depois. Daí o fato de o acrônimo M.M.D.C (Martins, Miragaia, Dráusio, Camargo e Alvarenga) muitas vezes vir acrescido do A ao final, portanto, como M.M.D.C.A.
“Foi minha primeira visita ao Palácio da Justiça e me trouxe muitas emoções e lembranças. A memória do meu avô, sem dúvida, foi muito valorizada, mas a maior importância é manter sempre vivo esse sentimento de liberdade, democracia e de uma Constituição que deve ser respeitada. Muitos paulistas deram suas vidas em prol disso”, disse Douglas de Albuquerque Alvarenga.
A encenação é realizada pelo Tribunal de Justiça desde 2018 intermediada pelo Museu do TJSP, coordenado pelo desembargador Octavio Augusto Machado de Barros Filho, e pela Assessoria Policial Militar do TJSP. Porém, já era uma tradição na Polícia, com apresentações em outras instituições. Há sete anos, a encenação é coordenada pelo capitão PM Fernando Antonio de Moura, da Diretoria de Educação e Cultura da PM. Participaram da encenação deste ano alunos-oficiais da Academia de Polícia Militar do Barro Branco.
O conflito, iniciado em 9 de julho de 1932, durou 87 dias e deixou mais de 2 mil mortos, incluindo baixas não oficiais. “O resultado no campo de batalha não foi o esperado. Porém, no campo dos ideais, São Paulo venceu. O sacrifício dos paulistas que lutaram bravamente nas trincheiras da legalidade, da liberdade e da justiça não foi em vão”, disse o presidente do TJSP, Fernando Antonio Torres Garcia, no evento, referindo-se à convocação da Assembleia Constituinte que resultou na Constituição de 1934 – uma vitória para os brasileiros de São Paulo e de todo o país.
O TJSP na Revolução
A causa paulista teve inúmeros apoiadores entre os operadores do Direito. Entre eles, o então presidente do Tribunal, ministro Manoel da Costa Manso, que proferiu discurso histórico no rádio, para todo o Brasil, a favor dos ideais constitucionalistas. Além disso, nomes como Theodomiro Dias, Adriano Marrey, Odilon da Costa Manso e outros magistrados paulistas se enfileiraram nas trincheiras do confronto.
Hoje, a sede do Judiciário conserva, no Espaço Cultural Poeta Paulo Bomfim, um vasto acervo com documentos e objetos históricos do conflito. Outros itens estão expostos no Palacete Conde de Sarzedas, sede do Museu, que neste ano recebe, também, a mostra “A Revolução em 32 quadros”, exposição temporária e itinerante projetada pelo Centro de Memória Eleitoral (Cemel) e pelo Museu do TJSP, com curadoria de José Maria Pereira Lopes. Além disso, há uma exposição virtual sobre o papel do Judiciário no combate.
*Com informações do TJSP
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