Ciúme e inveja são abordados em ‘Otelo’, peça de Shakespeare debatida no Clube de Leitura
O livro “Otelo”, de William Shakespeare, foi a obra debatida no Clube de Leitura da Apamagis em encontro virtual realizado em 2/4. A palestrante foi a escritora e professora Elizabeth Cardoso, que possui pós-doutorado em Literatura e Crítica Literária pela PUC-SP, e a mediadora a magistrada Renata Manzini.
A especialista convidada ressaltou o caráter grandioso da peça do bardo inglês, que veio a público em 1603 ou 1604 (não há consenso entre os estudiosos sobre o ano exato), marcada por temas universais como ciúme e inveja. “Shakespeare pode não ter inventado a dramatização desses sentimentos. Entretanto, com certeza, sua obra vem pautando centenas e centenas de outras criações artísticas nos últimos séculos”, destacou Elizabeth Cardoso.
Na trama, Otelo, um general mouro a serviço de Veneza, conquista Desdêmona, jovem filha de um nobre local. Após enfrentar a ira do pai e se defender contra a acusação de tê-la “enfeitiçado”, o mouro segue, com a esposa, para Chipre, a fim de enfrentar o inimigo turco-otomano. Aos poucos. seu alferes, o manipulador Iago, vai levantando a suspeita em Otelo de que Desdêmona o traiu.
Elizabeth Cardoso destacou algumas características de “Otelo” que contribuíram para eternizar a obra. “É uma das tragédias mais conhecidas de Shakespeare. Vem sendo estudada e encenada em todo o mundo devido a sua complexidade psicológica, o tratamento de temas universais e a adoção de uma linguagem muito rica. A peça oferece uma exploração profunda da natureza humana, examinando questões fundamentais como amor, ciúme, traição e redenção”, salientou a professora.
A palestrante também teceu paralelismos entre “Otelo” e “Dom Casmurro”, do escritor Machado de Assis. Nos dois enredos, os personagens sofrem de um ciúme exacerbado em relação a suas amadas. Na narrativa machadiana, o personagem Bentinho assiste à peça de Shakespeare e conclui que Capitu, sua esposa, é culpada de uma eventual traição. Os leitores das duas tramas podem estabelecer diversos pontos em comum, indicou Elizabeth Cardoso.
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