Prosa e Poesia da Apamagis reflete sobre os estilos narrativos de Katherine Mansfield e Clarice Lispector
O Clube de Leitura Amigos da Prosa e Poesia da Apamagis abordou, em 20/2, os contos “Bliss”, de Katherine Mansfield, e “Amor”, de Clarice Lispector. O palestrante foi o escritor e coordenador de oficinas literárias Fernando Carneiro, com a mediação da magistrada Danielle Martins Cardoso.
Fernando Carneiro discorreu sobre os aspectos biográficos das escritoras e suas produções literárias, ponderando que há muitas características semelhantes entre as duas autoras.
Escrito pela neozelandesa Katherine Mansfield em 1918 e publicado pela primeira vez em 1921, “Bliss” é um de seus contos mais famosos e estudados, tanto por conta de seu enredo quanto pelo estilo da escritora, tida como pioneira da introspecção psicológica, consagrando o uso do monólogo interior.
No conto, a personagem Bertha Young é retratada como uma típica mulher inglesa, burguesa, de 30 anos, que vive no período pós-vitoriano e, aparentemente, possui uma vida perfeita. Entretanto, ela é acometida por pensamentos inquietantes e desejos libertários.
“Katherine Mansfield é de uma escola de escritores cujos textos só mostram uma ponta da história, o restante está submerso e o leitor precisa intuir, ensejando diversas possibilidades de significados”, destacou Fernando Carneiro. “Neste conto, Bertha Young é uma mulher que tenta construir e fortalecer a ilusão da vida dela, uma vida que ela acha que é linda e maravilhosa. No entanto, a construção narrativa nos traz o devaneio desta felicidade”, salientou.
A breve obra de Katherine Mansfield, morta aos 34 anos, foi admirada por Clarice Lispector, nascida em 1925, dois anos após o falecimento da neozelandesa. “Existem vários elementos em comum nos dois contos. Em ambos, no começo, há uma epifania que influencia todo o contexto das duas histórias”, pontuou o palestrante.
Ucraniana naturalizada brasileira, Clarice Lispector publicou o conto “Amor” em 1960. Inserido na obra “Laços de Família”, retrata o episódio de uma pessoa com uma vida comum. Perante determinada situação, sofre uma epifania e reflete sobre sua vida.
A personagem central é Ana, uma mulher casada, dona de casa e com uma vida aparentemente estável. “Ela deixou de olhar para si, dedicando-se aos filhos, situação refletida no momento da epifania. Ela não enxergava sua vida mecanizada, e Clarice Lispector, na narrativa, faz com que o leitor encare suas inquietações”, contou Fernando Carneiro.
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