Magistrados viajam pela Era Napoleônica, Brasil e o explosivo século XIX
O apogeu de Napoleão Bonaparte compreende o período de sua chegada ao poder no período do Consulado, em 1799, e termina com sua derrota na Batalha de Waterloo e seu exílio na Ilha de Santa Helena, em 1815. Esses momentos históricos são precedidos e continuados por um terremoto de mudanças na arena política, econômica, filosófica e cultural. No curso da Apamagis Cultural “A Era Napoleônica, o Brasil e o Conturbado Século XIX”, realizado no dia 30/11, o professor Guilherme Almeida levou os magistrados a uma viagem pela vida de um dos mais relevantes personagens da história universal.
Em sua explanação, o professor de História, escritor, consultor e produtor literário abordou os períodos pregressos representados pelos rompimentos ocorridos no século XIV na Europa – a partir do fim da Idade Média – com as monarquias absolutistas e discutiu ainda o Renascimento e o Iluminismo, entre os séculos XV e XVII. Rico em conceitos e formas, o curso foi ilustrado por imagens de obras de arte e produções literárias que, a um só tempo, refletiram e influenciaram mentalidades como as retratadas pelo pintor Caravaggio, na tela “Narciso”. “A partir dessa época histórica, o homem vai se tornando o centro de todas as estruturas sociais”, explica o professor.
“Quando Napoleão realiza sua autocoroação em Notre Dame, em 1804, ele faz um movimento politico impensável para um homem como o imperador Carlos Magno, na Idade Média. Imagine Napoleão fazer com que o papa [Pio VII] vá à França para dar bênção a seu rei”, frisa Almeida ao demonstrar a concentração do poder na figura do homem representado no desenho do “Homem Vitruviano”, de Leonardo Da Vinci. Razão e fé aprofundam seu divórcio. É o momento de afirmar a proeminência de homens como Copérnico, Galileu e as teorias então “heréticas” do heliocentrismo. “O homem já não é mais o centro, tampouco a Terra. A Igreja perderá seu poder político.”
Já no auge do mercantilismo, o professor discute o papel do Brasil na nova cena fortemente influenciada pela ação da Companhia de Jesus em defesa do catolicismo e depois pela chegada da Família Real, em 1808. “Portugal engana, manipula, descumpre a tirania napoleônica e, como resultado, a família real vem para o Brasil iniciando, assim, nosso processo de independência, que marcou o inicio do século XIX. E este início é importantíssimo para entendermos a evolução deste século tão profundo, conturbado e violento”, afirma Almeida.
Após um mergulho na história da Revolução Francesa de 1789 e de seus líderes, do fortalecimento da burguesia, do massacre do clero e da nobreza e das transformações radicais na vida – que dá novo sentido a palavras que usamos no cotidiano e ao próprio sentido do poder –, o professor tece a figura emblemática de Napoleão, suas glórias e seu ocaso. “É a partir de 1796 que o petit Caporal – apelido pelo qual o baixinho Napoleão era chamado por seus companheiros – começa a aparecer para história da França”, frisou Almeida. Segue-se depois a exposição da belicosa relação de Napoleão com a Inglaterra, sua derrota militar em meio ao vigoroso inverno russo, o exílio do imperador na Ilha de Santa Helena, onde morre em 1821, e a expansão dos ideais da revolução para a Europa e demais países do mundo.
No contexto da organização social, uma das principais instituições criadas por Bonaparte foi o Código Civil Napoleônico, em 1804, que serviu de parâmetro a diversos códigos civis nacionais posteriores. Inspirado no direito romano, ele garantiu vários princípios caros à burguesia liberal, como a liberdade individual, liberdade de trabalho, liberdade de consciência, Estado leigo, igualdade perante a lei e direito à propriedade privada. Este, porém, será tema de uma futura aula do professor Guilherme Almeida a convite do Departamento Cultural da Apamagis.
O Fórum João Mendes Júnior, no Centro da Capital, realizou nesta quarta-feira (26/3) solenidade de […]
O 1º Vice-Presidente da Apamagis, Desembargador Walter Barone, recebe na quarta-feira (26/3) comenda da Ordem […]
A Apamagis realizou, na sexta-feira (21/3), o Lançamento de Livros de Magistrados Autores, na sede […]