Projeto que reforma lei paulista de custas é aprovado na Alesp
O Projeto de Lei 752/21, que reforma a lei paulista sobre custas judiciais, foi aprovado por 51 votos favoráveis a 28 contrários, na noite desta terça-feira (5/9), na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo). Elaborado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, o projeto visa retirar os grandes litigantes do patamar de igualdade com a camada mais humilde da população, aumentando a fonte de arrecadação do próprio Poder Judiciário, sem alterar a gratuidade judiciária.
“A aprovação do projeto que reforma a lei de custas demonstra a responsabilidade da nossa Casa legislativa não apenas com os cofres públicos, mas com a população pagadora de impostos que, até então, arcava com todo o custo do Poder Judiciário. Nessa data se fez história, pois se optou por aumentar a independência e eficiência de um Judiciário referência no país, como o é a nossa Corte bandeirante, além de combater a desinformação, amplamente disseminada durante as discussões sobre esse projeto, que visou tornar o acesso à Justiça mais igualitário”, afirmou a presidente da Apamagis, Vanessa Mateus, quando da proclamação do resultado.
Em maio, a presidente da Apamagis apresentou estudo na reunião do Colégio de Líderes da Alesp no qual demonstrou que o mapa dos grandes litigantes é similar ao mapa da concentração de renda. Atualmente, 13% do custo do Poder Judiciário nacional é suportado pelas custas recolhidas dos litigantes. Isso significa que a maior parte do custo é suportada pelos impostos que a população paga. Em São Paulo, as custas correspondem a 11%, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça.
Desde o início do ano, presidência e diretores, junto a diversos juízes em todo o Estado de São Paulo, dedicaram-se a esclarecer o projeto aos deputados estaduais. Houve mobilização tanto nas bases quanto na própria Assembleia, onde a presidente Vanessa Mateus e o juiz assessor da presidência do TJSP, Ricardo Dal Pizzol, também participaram de audiência pública, com o objetivo de esclarecer dúvidas e corrigir equívocos propagados sobre as mudanças propostas pelo Tribunal.
“Foi uma grande vitória a aprovação desse projeto porque é uma iniciativa que vai desonerar os cofres públicos, carreando a responsabilidade do recolhimento das custas para quem efetivamente usa o Sistema de Justiça. Foi um trabalho árduo de convencimento que valeu a pena. Prevaleceu o bom senso no sentido da aprovação. Destaco o papel decisivo da Apamagis, na pessoa da presidente Vanessa Mateus, que foi incansável em buscar o convencimento da justiça desse projeto e a ação e empenho da presidência do Tribunal de Justiça”, declarou o desembargador Walter Barone, 1º vice-presidente da Apamagis, ao final da votação.
Cálculos indicam que São Paulo está entre os Estados com as menores despesas para a tramitação processual: o valor das custas é mais de 4,5 vezes inferior à média nacional. Tal patamar ameaçava a celeridade da Justiça paulista – a segunda mais produtiva do país –, que acabava se tornando atrativa para litigantes de outros Estados, movimento que se intensificou nos últimos anos. Nesse sentido, a diretora do Departamento Social da Apamagis e diretora do Fórum João Mendes, o maior da América Latina, afirmou que “a aprovação do Projeto [752/21] é uma conquista do Tribunal de Justiça, buscando maiores recursos para melhoria dos serviços, que abrangem o sistema de informática e as instalações, sem os quais não se tem uma prestação jurisdicional digna e eficiente”.
A mudança no recolhimento das custas também foi comemorada pelo diretor de Comunicação da Apamagis, Fabrício Reali Zia, que acompanhou as diversas etapas da tramitação do projeto.
“Essa aprovação é um momento histórico, estivemos pela Apamagis acompanhando as sessões legislativas e conversando com os parlamentares, demonstrando a necessidade da aprovação do PL. Como se sabe, as custas de São Paulo são as mais baratas do país e o orçamento do Judiciário é, por isso, custeado por toda a população que acaba arcando com o Sistema [de Justiça] mesmo sem usá-lo. Assim, embora o reajuste onere os litigantes, em especial o perdedor da demanda, desonera quem não usa o Sistema. Também relembramos que permanece a gratuidade da justiça para os litigantes que não possuam condições de arcar com as custas processuais. Agradecemos, por isso, à Alesp pela aprovação do projeto e pelo espírito público”, declarou.
Votação do PL752/21 na Alesp
O 1º vice-presidente da Apamagis, desembargador Walter Barone; a diretora do Departamento Social, Laura de Mattos Almeida; o diretor de Comunicação, Fabrício Reali Zia; o coordenador-adjunto do Foro Regional de Pinheiros, Tadeu Zanoni; e o juiz assessor da presidência do TJSP, Ricardo Dal Pizzol, reuniram-se na Alesp para acompanhar 33ª sessão plenária que, a princípio, analisou o método de votação do projeto. Aprovada a votação em bloco, o presidente André do Prado colocou em votação o texto com as emendas sugeridas por deputados e entidades representativas da advocacia.
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